Em seu texto de 1960, sobre Saúde Mental, a psicanalista Melanie Klein, discorre e nos ensina que apesar da anarquia libidinal, vista pela psicanálise, é possível um determinado equilíbrio psíquico.
Este equilíbrio depende de certos insights sobre os impulsos e sentimentos contraditórios e, também dependerá da capacidade de observar e elaborar tais conflitos internos.
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É fundamental fazer uma integração da vida interna, da qual, influencia a realidade externa. Com isto, o sujeito se ajustará a realidade.
O equilíbrio tem a ver com, se conhecer, o saber interno sobre os limites e potencialidades/desejos. A magia de transformar o sofrimento em conhecimento.
A falta de profundidade em si mesmo, impede insight sobre a vida interior. Perde capacidades de oferecer e receber do Outro, viver a gratidão e generosidade.
Numa sociedade: patriarcal, racista e capitalista, onde a disputa/rivalidades são emergentes, torna-se um desafio verificar as potencialidades subjetivas, compartilhar sentimentos de gratidão e pertencimento à comunidade.
Analisar profundamente a angústia, quando ela surge, é campo fértil para compartilhar o também pesar de outras pessoas, e ao mesmo tempo, se sentir pertencido a coletividade.
Klein assertivamente, adverte e orienta quê, Saúde Mental se baseia num inter-jogo, de impulsos de amor e de ódio, no qual, a capacidade de amar, deverá ser predominantemente.
“Saúde Mental é a integração que encontra sua expressão na fusão das diferentes partes do self” (Klein,M.).
Integração é também tolerância em relação as energias internas, assim como, a compreensão com as dificuldades e desafios do outro.
Saúde mental como capacidade de substituir as inúmeras frustrações do cotidiano, aprender que o ‘copo, pode estar muitas vezes, meio cheio’.
É o cair, sentir a queda, e se levantar – constantemente – em determinados casos, com auxílio de uma mão acolhedora.
É observar a realidade única que ela é, como maturação de um velho pajé.
É reconhecer que a vida é cíclica, nada é imutável.
Em análise, por mais doloroso que possa ser de início de tratamento, é oferecido ao sujeito, dados da realidade, responsabilidade que o sujeito tem consigo mesmo, e qual sua parte no Todo – suas introjeções e projeções.
Ser saudável, é lidar primeiramente, de forma madura em cada fase da vida. Aceitando a caótica, imperfeita e magnífica espécie humana.
Ficamos por aqui, por hoje?!
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